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Duplica número de novas empresas


Data de Publicação: 14 de fevereiro de 2011


O número de novas empresas teve crescimento de 101% em 2010, em relação ao ano anterior, mostra estudo do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) obtido com exclusividade pela Folha.

No ano passado, foram criadas 1.370.464 empresas; em 2009, foram 680.881.

O crescimento foi impulsionado pelo EI (Empreendedor Individual), que facilitou a abertura de empreendimentos com faturamento anual de até R$ 36 mil. Em 2010, foram criados 752.628 negócios nesse modelo.

Para o secretário de Comércio e Serviços do Mdic, Humberto Ribeiro da Silva, o aumento é fruto da simplificação do processo de abertura de empresas pelo EI.

Desde julho de 2009, a inscrição pode ser feita em www.portaldoempreendedor.gov.br. Após o cadastro, o CNPJ e o número de inscrição na Junta Comercial são obtidos imediatamente.

Silva destaca, contudo, que a meta governamental de formalizar 1 milhão de empreendedores individuais não foi atingida em 2010.

"A expectativa é o fortalecimento do programa [EI] não só nas grandes capitais mas também nos pequenos municípios", avalia Silva.

Entre os empreendedores que se formalizaram em 2010 está a artesã Maria Helena Costa Gomes, 48, que produz bonecas e artigos manuais.

Em outubro, após ver anúncios na televisão, ela procurou o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). "A demanda aumentou e senti a necessidade de me formalizar para atender as encomendas", conta Gomes, que comprou um salão em um prédio comercial no ano passado para expandir o negócio.

Para este ano, porém, a ideia da empresária é migrar para o Simples. A previsão de faturamento em 2011 deve ultrapassar o teto de R$ 36 mil do EI, segundo Gomes.

 
Bom resultado de 2010 não deve se repetir


Apesar de as micro e pequenas empresas paulistas terem encerrado 2010 com a maior receita dos últimos 12 anos (9,6%), a estimativa de especialistas é que o resultado não se repita neste ano.

Para Celso Grisi, professor da USP (Universidade de São Paulo), a alta foi fruto não só do crescimento da economia mas também do ano eleitoral, em que "o crédito se expande e a burocracia diminui".

"O momento é de dar condições para que as empresas se desenvolvam", diz Evaldo Alves, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas). Segundo ele, a taxa de juros maior deve frear o crescimento.
 
Fonte: Folha de S.Paulo / ADRIANA ABREU